esta imagem foi utilizada como divulgação da oficina de antipoesia, que andré vargas e eu concebemos, e que foi realizada no museu de arte do rio, onde trabalhamos como educadores. criamos esta imagem rabiscando este papel com lápis, carvão e borracha, escaneando-o posteriormente e editando-a, agora como esta imagem, em detalhes básicos como espelhamento, brilho e saturação. este papel, onde começou esta imagem, tenho levado ao pavilhão de exposições do museu de arte do rio, e deixado lá com um lápis, uma borracha e um carvão. os visitantes intervém neste papel ora como se o rabiscassem em segredo, como se nele fossem anotações de alguém que o esqueceu ali, ora como se fosse um suporte pleno para suas expressões, usando toda sua extensão e suas duas faces. pouco usam a borracha neste papel e, conforme as informações que rabiscam se sobrepõem, uma de suas faces já não é a mesma que apresento nesta imagem. então mostro esta imagem na vontade de mostrar este papel, que, em sua mutação, nunca poderia doar à vista aqui. mas ontem, dezenove do um, uma visitante levou este papel, e resta esta imagem, e este papel é outra coisa.